Foi aprovada recentemente a Lei Municipal n. 8623, de 2/6/2011, do vereador Marcio de Souza, que dispõe sobre a implantação da "Educação para a mídia" nas escolas de Florianópolis.
Ao participar de um debate promovido pelo Núcleo de Tecnologia Municipal, NTM, no Centro de Formação Profissional da Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, no dia 08/11/2011, discutimos alguns aspectos dessa lei com o referido vereador e com professores da rede municipal. A ênfase do debate foi no contexto da elaboração da lei e suas possíveis repercussões na escola e na formação de professores na perspectiva da mídia-educação.
No início dos trabalhos, foi feito uma referencia à Carta de Florianópolis para a Mídia-educação, construída coletivamente no I Seminário de Pesquisa em Mídia-educação, ocorrido na UFSC nos dias 13 e 14/11/2006, numa promoção do Núcleo Infancia, Comunicação,Cultura e Arte, NICA, UFSC/CNPq. Entre diversas propostas da carta, estava a inclusão da mídia-educação nos currículos e na formação inicial de professores.
Percebe-se que alguns avanços foram construídos em nível local mas que repercutem num âmbito maior, como por exemplo, a inclusão de uma disciplina obrigatória do curso de Pedagogia da UFSC que trate dessa temática, o desenvolvimento de pesquisas na área em diversos programas de pós-graduação, a continuidade da formação continuada oferecida pelo NTE/NTM nas escolas da rede municipal de Florianópolis, e a referida lei municipal.
Assim, se no âmbito das práticas pedagógicas escolares e da formação continuada de professores um trabalho educativo com as mídias e tecnologias está sendo construído, podemos nos perguntar como a formação inicial tem dialogado com as pesquisas na área e como isso se articula (ou não) com as políticas públicas de inserção de tecnologias nas escolas, que nem sempre são acompanhadas de políticas de formação docente.
Parece que a formação de professores ainda tem muito a construir, e um ponto de partida é acompanhar a discussão sobre o que está acontecendo nas escolas a partir dessa ainda (des)conhecida lei.
Ao situar o contexto de elaboração da lei, o vereador pontuou algumas repercussões que já vem observando por parte da mídia. No debate, esclareceu que desconhecia o trabalho já desenvolvido nas salas informatizadas da rede pública municipal e as propostas de formação viabilizadas pelo NTE.
Minha participação no debate se deu a partir de 5 pontos: 1) A importância da Lei 8623; 2) Mídia e formação de professores; 3) Ênfases da lei 8623 e a mídia-educação; 4) Cultura digital e a lacuna na lei; 5) Leis, políticas públicas e mídia-educação.
Por fim, reafirmamos os desafios da educação contemporânea na formação de crianças, jovens e professores e a necessidade de pesquisas e políticas públicas que dialoguem com seus resultados, seja as políticas de inserção de tecnologias nas escolas seja as políticas de formação de professores. E a Pedagogia não pode ficar fora dessa discussão...
Imagem http://docenteindependente.wikispaces.com/A+tecnologia+na+escola+contempor%C3%A2nea
Nenhum comentário:
Postar um comentário